sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Fiz um cálculo errado do amor...


“Fiz um cálculo errado do amor!” 
(Já dizia Clarice...)


Como é que nossa mente quando se sente culpada e pecadora cria um inferno dentro da gente. Principalmente se esta mente é cheia de justiça própria como a minha sempre foi! É verdade, sempre quis ser certinha demais, justa demais...

Achava que morrer para mim mesma era abrir mão da poesia, da boa música, da boa leitura, das boas conversas, das gargalhadas com que é engraçado, do olhar de cumplicidade quando um traduz o que o outro diz independente da fé que confessa, de simplesmente dançar em paaaz. 

Meu Deus! Desaprendi a ter uma boa conversa com os amigos, a sorrir, a pregar o verdadeiro evangelho com a vida, com as atitudes de piedade, com o ouvido misericordioso que apenas ouve, de um olhar não acusativo, simplesmente na compreensão das coisas, da vida de um ser humano imperfeito, mas que ama, que erra, que cai, que levanta, que respira... Ufa!

Alguém que está vivo e deixa o outro livre para ser quem ele é em Cristo, não como eu sou em Cristo, a minha maldade é minha e não deveria imputá-la a ninguém.


Nesta jornada pela vida, nunca ofendi ninguém ou joguei uma alma sequer no inferno por ser gente boa e legal ou por amar a Cristo e falar dele, mas ofendi muitas pessoas com esta justiça tão pobre, tão minha. 

Que bom que a justiça de Deus vem de mãos dadas com a sua misericórdia!

Ainda bem que abri os olhos antes de perder meus filhos, entender que preciso falar a linguagem deles; ouvir com eles as músicas que eles gostam, de rir com suas piadinhas! A compreender os momentos difíceis sem acusações ou sufocamentos e muito menos exigir uma santidade que só pode vir como graça dada por Cristo.
Entender que cada um tem o seu próprio tempo, suas não compreensões e suas limitações. 
De dizer que juntos vamos aprender a andar no Caminho, que muitas vezes falharemos, outras perderemos, mas que continuaremos na misericórdia de Deus e que nunca esqueçam que todo apoio deve vir primeiro da rocha eterna e que no mais, não abram mão dos bons amigos, do conhecimento que já receberam, e nunca permitam que homem nenhum lhe coloque um jugo do qual não vem de Deus e sim das suas cargas pesadas da vida. 

Negar a si mesmo meus filhos? Claro que sim, mas que aprendam a negar todo o mal que já existe dentro deles, principalmente exercitando o perdão...

O que me aflige hoje, é o fato de toda esta mentira ter sido confirmada para mim, isto sim é um pecado muito feio! Querer infligir aos outros suas neuras, suas doenças, suas maldades, é colocar seu satanás nas atitudes dos outros...

Ai meu Deus, dê-me sabedoria para lidar primeiro com minhas maldades e depois com as maldades alheias...

Porque finalmente entendi, que morrer para o mim mesma, por amor a Cristo, nada mais é que morrer para minha maldade, arrogância, impiedade, para meus pensamentos que não posso nem contar! Morrer para este coraçãozinho tantas vezes traiçoeiro. Que morrer para mim mesma é: Mesmo babando para fazer o mal eu não faço! Porque a justiça é de Deus e não minha. Que morrer para mim mesma é negar todos os valores do mundo, e que esses valores são coisas mais subjetivas do que a gente pensa, porque se manifesta em todo o mal que o meu coração produz contra mim mesma e contra meu próximo...

Sabe quando lá no fundinho você se alegra quando alguém se ferrou e dá aquele risinho pra dentro, cheinho de satisfação e diz consigo mesmo que foi bem merecido, a mão de Deus pesou sobre ele! Negar a si mesmo é reconhecer isto e lutar contra isto, sabe por que, porque é feio e não faz parte da natureza de Cristo.

“Ah! Que cálculo errado eu fiz do amor”! Ai! Que vergonha! Que Deus nos perdoe por tantas vezes entendermos tudo errado usando como respaldo essas justicinhas que vivem dentro da gente...

Deus nos ajude! Amém.

Em Cristo,

Silvana

21 de fevereiro de 2014

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